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Via sacra 1 estação

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Categoria: Via Sacra • Tags: -

Via Sacra

A Via Sacra é a contemplação do caminho que Jesus percorreu desde sua condenação até a Cruz e sepultamento. Este caminho, também chamado de Via Dolorosa, não é apenas uma recordação histórica, mas uma meditação sobre o amor redentor de Cristo que, por nós, assumiu livremente a cruz: “Ninguém tira a minha vida, eu a dou livremente” (Jo 10,18). Cada estação revela não apenas a dor física de Jesus, mas sobretudo a profundidade de sua obediência ao Pai e seu amor pela humanidade. A Via Sacra é, portanto, um convite à fé e à conversão, pois nela contemplamos o preço da nossa salvação: “Ele foi ferido por causa de nossas transgressões e esmagado por causa de nossas iniquidades” (Is 53,5).


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1ª Estação – Jesus é condenado à morte

Depois de ser preso no Getsêmani e levado diante do Sinédrio, Jesus é apresentado ao governador romano Pôncio Pilatos, porque as autoridades judaicas não podiam aplicar a pena de morte (Jo 18,31). Pilatos interroga Jesus e percebe que Ele é inocente: “Eu não encontro nenhum crime neste homem” (Jo 18,38). Ainda assim, pressionado pela multidão incitada pelos chefes dos sacerdotes, Pilatos busca uma saída política e manda flagelar Jesus, esperando que isso fosse suficiente para aplacar o ódio dos acusadores (Jo 19,1).

Contudo, a multidão não se satisfaz e continua clamando pela crucificação. Pilatos tenta libertar Jesus mediante a tradição da Páscoa, oferecendo a escolha entre Ele e Barrabás, um criminoso conhecido (Mt 27,15–17). O povo, porém, grita: “Não a Ele, mas a Barrabás!” (Jo 18,40), e insiste repetidamente: “Crucifica-o! Crucifica-o!” (Jo 19,6). Pilatos, temendo tumultos e preocupado com sua posição política, cede à pressão. Ele lava simbolicamente as mãos diante da multidão e diz: “Estou inocente do sangue deste justo. A responsabilidade é vossa” (Mt 27,24). Então, entrega Jesus para ser crucificado (Jo 19,16).

Nessa estação contemplamos a injustiça sofrida por Cristo. O mesmo Jesus que curou os doentes, perdoou pecadores e anunciou o Reino de Deus é rejeitado pelo seu próprio povo (Jo 1,11). Ele, que é a Verdade (Jo 14,6), é condenado por mentiras. Ele, que é o Cordeiro sem mancha (1Pd 1,19), recebe a sentença reservada aos piores criminosos. Aceita a condenação em silêncio, cumprindo as Escrituras: “Maltratado, humilhou-se e não abriu a boca” (Is 53,7). Ele não se defende porque decidiu assumir nossa causa diante do Pai. Enquanto os homens proclamam sua culpa, o céu reconhece sua inocência.



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