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2ª Estação – Jesus carrega a cruz
Após ser condenado, Jesus é entregue aos soldados romanos para a execução. Conforme o costume, Ele deve carregar Ele mesmo o instrumento de sua morte até o lugar da crucifixão (Jo 19,17). Colocam-Lhe nos ombros a cruz de madeira, pesada e rude. Seu corpo já está debilitado pela flagelação, e o sangue escorre das feridas abertas pelas chicotadas que rasgaram sua pele (Jo 19,1).
Apesar do sofrimento, Jesus aceita a cruz sem resistência. Ele não protesta, não amaldiçoa seus acusadores, não tenta escapar. Ele abraça a cruz como parte da missão que recebeu do Pai. Antes, havia dito aos discípulos: “Se alguém quer vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e siga-me” (Lc 9,23). Agora Ele confirma essas palavras com sua própria vida. Carregar a cruz não é apenas uma obrigação imposta pelos romanos, mas um ato de amor redentor. Ele a assume por amor ao Pai e pela salvação do mundo.
A cruz, símbolo de condenação e vergonha para os homens, transforma-se nas mãos de Cristo no sinal definitivo da obediência e da redenção. Ele caminha não como derrotado, mas como quem cumpre fielmente a vontade do Pai: “Pai, seja feita a tua vontade e não a minha” (Lc 22,42). Jesus não carrega somente o peso do madeiro; Ele leva sobre si o peso dos pecados da humanidade: “O Senhor fez cair sobre Ele a iniquidade de todos nós” (Is 53,6).
Com a cruz sobre os ombros, começa o caminho do Calvário, o caminho da entrega total. A cada passo, Cristo ensina que o verdadeiro amor não foge do sacrifício, mas o transforma em oferta. Ele caminha silencioso, profundamente consciente de que sua cruz é o instrumento por meio do qual abrirá as portas do Céu.