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13ª Estação – Jesus é descido da cruz

Depois da morte de Jesus, um profundo silêncio toma conta do Calvário. A multidão começa a dispersar-se, enquanto alguns batem no peito, impressionados pelo que viram (Lc 23,48). Permanece junto da cruz apenas um pequeno grupo fiel: Maria, a Mãe de Jesus; João, o discípulo amado; e algumas mulheres piedosas que acompanharam Jesus desde a Galileia (Jo 19,25).

Um homem chamado José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, mas em segredo por medo das autoridades, toma coragem e vai até Pilatos pedir autorização para retirar o corpo de Cristo da cruz (Jo 19,38). Pilatos permite, e José, junto com Nicodemos — o mesmo que havia visitado Jesus à noite para ouvir Seus ensinamentos (Jo 3,1–2) —, desce o corpo do Senhor com reverência (Jo 19,39).

O corpo de Jesus é retirado dos cravos com cuidado. Agora sem vida, Seu corpo santo carrega ainda os sinais da paixão: as feridas abertas, os hematomas, os escárnios da flagelação. Ao ser descido da cruz, Ele é colocado nos braços de Sua Mãe. A dor silenciosa de Maria, que permaneceu fiel até o fim, cumpre-se mais uma vez a profecia de Simeão: “Uma espada transpassará a tua alma” (Lc 2,35). Mesmo sem palavras registradas, esse é um dos momentos mais profundos do Evangelho: a Mãe segura o Filho morto, mas não perde a fé.

Nicodemos traz cerca de cem libras de mirra e aloés para preparar o corpo de Jesus (Jo 19,39), segundo o costume judaico de sepultamento. O corpo de Cristo é envolvido em faixas de linho, entre lágrimas, silêncio e veneração. Ele é tratado não como um condenado qualquer, mas como alguém amado, honrado e esperado. Mesmo na morte, Jesus une corações e desperta gestos de fé.

Nesta estação, contemplamos o amor fiel que permanece mesmo quando tudo parece perdido. Maria e os discípulos não abandonam Jesus, mesmo sem compreender plenamente o mistério da cruz. Eles permanecem junto Dele porque O amam. Aprendemos que a verdadeira fé não abandona Cristo nas horas difíceis.