A Aparição de Nossa Senhora de Fátima A história das aparições de Nossa Senhora de Fátima é um dos mais belos testemunhos do amor maternal de Maria e do cuidado de Deus pela humanidade. Tudo começou em 1917, em um pequeno vilarejo chamado Aljustrel, próximo à cidade de Fátima, em Portugal. O mundo vivia um tempo difícil: a Primeira Guerra Mundial devastava a Europa, e milhões de pessoas sofriam com a fome, a dor e a incerteza. Foi nesse cenário de sofrimento que a Virgem Maria escolheu três humildes crianças para transmitir uma mensagem de fé, conversão e esperança. Os pequenos Lúcia dos Santos, de 10 anos, e seus primos Francisco e Jacinta Marto, de 9 e 7 anos, eram pastores que todos os dias levavam suas ovelhas aos campos da Cova da Iria. No dia 13 de maio de 1917, enquanto rezavam o terço e brincavam sob o sol, viram um relâmpago luminoso e, logo em seguida, uma Senhora vestida de branco, mais brilhante que o sol, que lhes apareceu sobre uma pequena azinheira. A Senhora sorria com bondade e irradiava paz. Identificou-se como vinda do Céu e pediu às crianças que rezassem o Rosário todos os dias, para alcançar a paz no mundo e o fim da guerra. Também pediu que retornassem ao mesmo local, no mesmo dia e hora, pelos próximos seis meses. Nos meses seguintes — 13 de junho, julho, setembro e outubro (com exceção de agosto, quando as crianças foram presas por autoridades locais) — a Virgem Maria apareceu repetidamente, revelando mensagens profundas e proféticas. Falou sobre a necessidade da conversão, da penitência e da devoção ao seu Imaculado Coração, como meio de reparação pelos pecados do mundo. Durante a terceira aparição, em 13 de julho de 1917, Nossa Senhora revelou às crianças os chamados “Três Segredos de Fátima”: O primeiro, uma visão do inferno e das almas que sofriam por estarem afastadas de Deus; O segundo, um anúncio do fim da guerra, mas também da vinda de uma nova guerra se o mundo não se convertesse, além do pedido pela consagração da Rússia ao seu Imaculado Coração; O terceiro segredo, revelado décadas depois, dizia respeito à perseguição da Igreja e ao sofrimento do Santo Padre, interpretado mais tarde como o atentado contra São João Paulo II em 1981, do qual ele sobreviveu milagrosamente, atribuindo a sua salvação à intercessão de Nossa Senhora de Fátima. As aparições atraíram multidões, e mesmo diante da desconfiança das autoridades, o povo manteve a fé. No dia 13 de outubro de 1917, durante a última aparição, cerca de 70 mil pessoas se reuniram na Cova da Iria sob uma forte chuva. Nossa Senhora apareceu novamente às crianças e anunciou ser a Senhora do Rosário. Em seguida, ocorreu o extraordinário “Milagre do Sol”, testemunhado por todos: o sol pareceu girar no céu, lançando luzes coloridas e se movendo em ziguezague, antes de voltar à sua posição normal. Muitos choraram, rezaram e reconheceram o prodígio como um sinal do céu. Com o passar do tempo, as mensagens de Fátima espalharam-se pelo mundo. O Santuário de Nossa Senhora de Fátima foi construído no local das aparições, tornando-se um dos maiores centros de peregrinação mariana do planeta, recebendo milhões de fiéis todos os anos. Os pastorinhos Francisco e Jacinta Marto morreram jovens, vítimas da gripe espanhola, oferecendo seus sofrimentos pela conversão dos pecadores, conforme Nossa Senhora lhes pedira. Foram canonizados pelo Papa Francisco em 13 de maio de 2017, exatamente 100 anos após a primeira aparição. Irmã Lúcia, que viveu até 2005, consagrou toda a sua vida à oração e à divulgação da mensagem de Fátima, testemunhando o poder transformador da fé e da entrega a Maria. Hoje, a devoção a Nossa Senhora de Fátima é um convite à oração, à conversão e à paz. Sua mensagem permanece atual: lembrar que Deus nunca abandona seus filhos, e que Maria, como Mãe amorosa, continua a interceder por toda a humanidade, chamando-a ao amor e à misericórdia. As aparições de Fátima são, assim, um farol de esperança para o mundo, um lembrete de que, mesmo em tempos de escuridão, a luz de Maria brilha como sinal do amor de Cristo, guiando os corações que desejam retornar ao caminho da fé, da paz e da redenção.