Nossa Senhora das Mercês – A Libertadora dos Cativos
Entre as devoções mais antigas da Igreja está a de Nossa Senhora das Mercês, também chamada de Nossa Senhora da Misericórdia.
Seu título nasceu da experiência do amor que liberta — uma devoção marcada pela compaixão de Maria para com os escravizados e oprimidos.
Em 1218, na cidade de Barcelona, um jovem nobre chamado São Pedro Nolasco via diariamente os horrores da escravidão: cristãos capturados por invasores muçulmanos eram vendidos como mercadoria.
Compadecido, começou a resgatar prisioneiros com seus próprios recursos.
Certa noite, enquanto rezava, a Santíssima Virgem apareceu-lhe cercada de luz, pedindo que fundasse uma ordem religiosa dedicada à libertação dos cativos.
Ela prometeu sua proteção e deu-lhe o nome: Ordem de Nossa Senhora das Mercês (merces significa “misericórdias” ou “graças”*).
Com o apoio do rei Jaime I e de São Raimundo de Peñafort, a ordem foi fundada oficialmente.
Os mercedários fizeram um voto especial: oferecer-se como reféns, se necessário, para libertar os escravos.
Nossa Senhora das Mercês representa a libertação integral — não apenas física, mas espiritual.
Ela liberta os cativos do corpo e da alma: os prisioneiros, os oprimidos, os que vivem sob o peso do pecado, da culpa ou do desespero.
Seu manto branco é símbolo da pureza e da esperança; seu olhar compassivo é promessa de liberdade interior.
Em cada gesto de misericórdia, Maria renova a missão de seu Filho:
“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque me ungiu para libertar os cativos.” (Lc 4,18)
Invocar Nossa Senhora das Mercês é pedir a libertação das prisões visíveis e invisíveis que aprisionam o coração humano.
Ela nos recorda que o verdadeiro cativeiro não é o das correntes, mas o do egoísmo e da falta de amor.
Sob o seu manto, toda alma cansada encontra refúgio e renascimento.
“Maria das Mercês, Mãe da Liberdade, abre as portas do coração e ensina-nos a ser instrumentos de misericórdia no mundo.”